É uma reclusão forçada, triste, vazia, a que tomou
conta dessa menina…
É vaga a vontade de existir. De tão vaga, vagueia nas
ruas e artérias das cidades envolventes.
É vida que da mansidão se exasperou. “Nunca o silêncio
gritou tanto nas ruas da minha memória”, escreveu Cassiano Ricardo. Assim tem
sido…
Trovas engrandeceram a vida de magia.
Diz-se que os limites dos sonhos não se esvaziam!
Não assim… E é nessa réstia vadia que a solidão se
enfrenta. Que a emoção se ausenta e o calor dos dias arrefece.
A instabilidade do tempo mistura-se com as dores da
vida. Subtrai pedaços de alma que já não caminham lado a lado.
Essa menina só sabe chorar. E o tempo passado a rezar,
dispersa na fé cansada…
Os santos ocupam-se das preces dos outros… O Todo-Poderoso
parece fixado noutra distracção.
É difícil explicar os vazios que se voltam a encontrar
nos silêncios que se constroem enquanto defesas, que deixam de ser o que são,
para se tornarem no escape mais dúbio, mais inconsequente...
É certo que "Ninguém pode censurar a sua
verdade."
Nem sentir uma incompreensão constante. (Im)Própria.
Fruto da diversidade das complexas contrariedades
desavindas e juntas.
Já nada é passageiro. A tranquilidade faz-lhe falta.
As penas acabarão por morrer.
Afinal… Somos apenas pássaro novo longe do ninho.
Renato Russo diz que “A tristeza não nos muda. Ela nos
revela.” Com uma transparência inimaginável… Espero que essa menina não se
obrigue a concordar com um outro pensamento do mesmo Renato “E de todas as
pessoas, que um dia foram embora, é de mim que eu sinto mais falta.”
Ela não quer ausentar-se, quer ser presença assídua…
A reflexão já não a cura...
Adeus dia… Adeus Ano…
Venha outro, mais Humano!
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