19 março 2014

SON(H)O

















É impossível que as palavras acompanhem esse amor.
Nesse arco-íris transposto em meia-lua,
Que a noite trouxe em pedaço de luz,
Sob um silêncio obstinado.

É o rouco fado da escuridão que atravessa as ruas,
Que as palavras não encobrem, diante dos dedilhados de uma guitarra lusa, a um passo de ti de distância.

Somos duas metades que se alcançam,
Duas metades que se bastam, numa imensidão de palavras que se acusam, se calam, sobrevivendo em nós.

Trouxe-te para nós,
no fogo ardente em presença e sombra que gela em ausência…
Num mar alto que descomedido avança…

Somos quimera que chora,
Amor-perfeito que floresce…
Aquela hora… nunca se esquece!

A melancolia tem vidas.
A vida tem incertezas.
Privações movidas de tristeza.

Sinto cada vez mais a falta da noite,
Apenas ela me leva a ti, num vagaroso son(h)o…
Daqueles… Felizes!

Os Judeus dizem: Bendito é Deus que muda as horas!
Malditos ‘agoras’!
Infelizes…