É impossível que as palavras acompanhem esse amor.
Nesse arco-íris transposto em meia-lua,
Que a noite trouxe em pedaço de luz,
Sob um silêncio obstinado.
É o rouco fado da escuridão que atravessa as ruas,
Que as palavras não encobrem, diante dos dedilhados de
uma guitarra lusa, a um passo de ti de distância.
Somos duas metades que se alcançam,
Duas metades que se bastam, numa imensidão de palavras
que se acusam, se calam, sobrevivendo em nós.
Trouxe-te para nós,
no fogo ardente em presença e sombra que gela em
ausência…
Num mar alto que descomedido avança…
Somos quimera que chora,
Amor-perfeito que floresce…
Aquela hora… nunca se esquece!
A melancolia tem vidas.
A vida tem incertezas.
Privações movidas de tristeza.
Sinto cada vez mais a falta da noite,
Apenas ela me leva a ti, num vagaroso son(h)o…
Daqueles… Felizes!
Os Judeus dizem: Bendito é Deus que muda as horas!
Malditos ‘agoras’!
Infelizes…