E peço ao silêncio para me tomar.
Domando a infinita fúria indomável que me toma. Sim. Desculpa não conseguir consenso
na amplitude do eufemismo. Tenho que admitir que nesse trecho, a minha
ignorância é tremendamente atrevida.
E a voz calou-se. E o tempo parou. E a
vida não quer apressar-se.
As palavras cobriram-se de nuvens e
já não há lágrimas que calem o silêncio da tua ausência. Apenas o calor no coração afasta algum desse caos...
Obrigo-me a calar o amor que sinto
por ti.
Flutua a inabilidade de enxugar as lágrimas que caem involuntariamente.
É esse mesmo aconchego que me abraça o rosto.
Já percebi que na minha estória, os relógios contam o
silêncio e amarram-me o tempo.
Tanto que te compus em sonhos que me apareceste em
formas que me habituei a estimar e honrar.
“A juventude é mesmo isso, um lugar onde o futuro é
maravilhosamente totalitário”, escrevera Luís Osório.
A paz que me transmites envolve todos os encantos do universo
e mais algum… Estou certa que me trarás mais uma revelação...
A minha infelicidade deve ser planeada ao pormenor
pelos deuses, que em vez de loucos, me enlouquecem.
Magoa-me fraquejar ou ser fraca mesmo. O osso e a
carne que me erguem nunca alcançarão a âncora que deveria ser.
Quero voar contigo. Assim como seguimos caminhos
diferentes uma vez, o ‘destino’ voltou a encontrar-nos. Essas asas que voam
para longe só nos sufocam, porque a distância é estéril, impessoal…
Aguardo impaciente pelo dia em que consigamos parar novamente
o ponteiro dos segundos, olharmo-nos e prometer a irrelevância das palavras. Parafraseando
o Luís, o amor necessita apenas do reconhecimento do olhar. Sabemo-lo bem. “Obrigada
pelo tanto Futuro que me deste.” - Escreveu ele também.
Vou acatar a tua demora com um único desejo, que o
regresso revigore esta saudade até à próxima despedida.
Texto e Foto: ELF