E este cheiro
a terra levemente molhada que exala o odor quente que as suaves gotas de chuva
tentaram esfriar… Que mistura genuína de poderes ancestrais, abafada pelo calor
dum tempo que não se define, apenas se transcreve passo a passo.
E felicidade
é isto… A percepção exacta do que os nossos sentidos alcançam e que tantas
vezes se desperdiça pelo descuido desatento de detalhes únicos…
Momentos de
evidente captura, alocados na viagem que fazemos, sempre que nos prestamos a
sentir o chão que pisamos e o ar que respiramos.
Ao passo que
trespassava para o ‘outro mundo’, aquele desacordado, desliga-se o cérebro. E,
as vidas que deixaram de existir, depressa não passarão de ténues sombras
passageiras. “A vida é uma dança na corda oscilante do inesperado”, alguém
disse, provavelmente intimidado pela presença permanente daquilo que sempre
falta. Somos seres penitentes de uma inesgotável ausência.
Esta busca e
confissão de sensações. Esta vertigem que embala os sentidos… Leva a pensar que
a vida fora daqui talvez tenha os seus desencantos.