Ainda.
Quem escreve assim não é ban(d)ido. Ainda.
E quando as células de oposição eclodirem, resistirão firmes as palavras cujo registo entrou no sistema. É um dom ser-se escutado sem voz e ultrapassar os anos, os séculos… E é preciso ter um talento tão audível, quanto subjugado para que a valorização seja mais atroz. É o balanço mais próximo do desequilíbrio.
Sem um caminho particular, assume-se a paranóia desatenta do desrespeito. O que importa? Nada em absoluto, dada a relatividade expressa da crítica déspota, quando o consegue ser. O ambiente hostil e moribundo atira a especialidade para fazedores de palavras que desdizem os significados, por os fragmentos monossilábicos terem deixado de significar.
Estranha-se de tanto se entranhar. Encena-se de tanto se imitar. Premeia-se a ilegitimidade inoperante das vozes que em burburinho contracenam com a vaidade do poderio, que, ensombrado se inocula, se plasma, corrosivamente.
Descaem os pára-quedas que ultimam o salto, encaminhara-se mais uma vida de filosofia, num desaguar de filosofia de vida, cujo desalinho inquieto de teorias complexas a inundaram.
Interrompe-se o medo, que é interposto entre a adrenalina de um gemido que está prestes a emergir, densamente descaracterizado. E com que direito ele se esconde? E com que incerteza se atinge?
E que choque é positivo à idiossincrasia doentia de um corpo que se verte, dormente, numa queda falaz? Prostra-se um núcleo que se areja sem vontade de viver. Peças dissociadas que nunca foram levadas a cena, porque no mundo dos sonhos, contam-se os que se perdem, os que nunca sobem ao palco da execução e os que sobrevivem às adversidades e às desistências.
Chamem lunatismo. Chamem falta de ortodoxia. Mas tudo o que não existe, persiste imaterialmente alojado num inconsciente tão visionário quanto as esferas que nos fazem mover. Ainda.