08 junho 2012

Pacífico oceano despido




























Trazes no olhar uma noite de mar de tormentas, talvez o oceano que sendo o maior, se chama pacífico e, que em profundidade, te atravessa até à mais íntima e peculiar partícula de vida que deixas resistir. Um desassossego que te envolve o espírito em asas díspares de anjos negros, miscigenados de serenidade. Nestas noites, a ansiedade que te perturba encolhe-te a alma que se asfixia na cor que os dias trazem sempre que o sol arde na tua pele imaculada e nua.

Mas os teus olhos apenas têm o lacrimejar do atlântico, um défice que atinge menos de metade de um pacífico. Nunca os olhos choram as mesmas lágrimas, nem em igual proporção. A exactidão da matemática confirma isso. Se bem que já não são tão passíveis de controlo as variáveis que se podem manipular. E entre a indefinição em potência e os números absolutos, escorrem rios para mares nunca antes navegados, mas onde se impõe a descoberta.

Os acordes da melancolia de temas que versam estórias, retrucam melodias que acolhem passados, autênticos museus da memória que introduzimos voluntariamente e revisitamos vezes sem conta, quando o medo – em segredo – é mais subtil e não menos preterido de ser assumido.

Entoam laivos de murmúrios entre espécies complementares. Não são mais do que refúgios trasvestidos, asilos elementares. As palavras adormecem em gemidos que anoitecem na vaga luz que se apaga. As ondas repousam penetrando a insónia pré-estabelecida. Na noite, enleiam-se os sonhos que despertam a vida por viver.

O futuro existe. Falta apenas reconhecer…

Se a vida que este mundo tem, acolhe a quimera e a faz crescer.