30 setembro 2009

4º (Quarto)...


E passa a hora do sono…
E acordo e adormeço…
Ébria, desacordada?!
Esqueço sonhos ou pesadelos?!
Serão movimentações de sombras do meu inconsciente curioso e impaciente?!
Quantos fantasmas me assolaram?
Quantas almas me trespassaram a vida?
Transpiro o terror de uma noite infernal…
Há noites mal dormidas.
Há noites desavindas.
Há noites sem qualquer ponto cardeal…
Apenas com ventos que sopram…
Estou desnorteada…
É a noite que chega,
É o dia que já se apagou.
É a falta do calor do sol…
É o arrefecimento do corpo que já não tem nada mais para desbravar naquele dia e se entusiasma com os arrepios do silêncio.
A temperatura sobe com o calor dos aconchegos...
Mas o vazio continua ali fechado entre quatro paredes.

28 setembro 2009

Quanto vale uma vida?


Um adeus será mesmo para sempre?

É tempo de revisitar o presente, com um jeito de compaixão. Já não perdoo a tua ausência. Apregoo-a… junto da rosa-dos-ventos…
Tantas nuvens… no meu céu. Avizinha-se uma tempestade tão redutora quanto renovadora do espírito. Diz-se que “depois da tempestade vem a bonança”…
Gentilmente aguardo um raio de sol sobre o meu rosto que me induza no calor da vida esquecida que tem partido ininterruptamente.
Pensei que tudo se endireitava num curto espaço de tempo, mas à medida que o tempo passa, as dívidas do contrato com o tempo da saudade fartam-se de crescer, mesmo quando recordo as artimanhas dos nossos sorrisos coniventes…
Os meus olhos cospem lágrimas de desolação…
O que me leva a ti?
Todas as palavras que não consigo vociferar…
Palavras ocas.
Palavras dolorosas.
Palavras sem capacidade para serem proferidas de tantas feridas reterem…
Aí, voltamos ao tempo... que se encarrega de mostrar os caminhos suturadores da vida.
E, num circuito vicioso… fazem-se contas ao tempo imperfeito de um imprevisível adeus…

22 setembro 2009

Contas sem exactidão...



Quantos suores frios…
Quantas fissuras no âmago de um ser desprotegido e frágil…
Quantos ‘nãos’, não quis admitir…?
Quantos ‘adeus’ quis protelar…?

Quantos momentos julguei impossíveis e imprevisivelmente ocorreram e coloriram a minha vida?
Quantas lágrimas de felicidade escorreram de amor…?
Quantos planos replaneei…?

Quantas vezes temi o esforço para alcançar o limite do meu céu?
Quanto tempo passou sem que me apercebesse do amor que me acolhe…?
Quantas vezes olhei um oceano de prata para me afastar do que já se tinha esgotado e era apenas eu que não o havia alcançado…?
Quantas vezes as minhas lágrimas se perderam no seu leito?
Quantas vezes a imensidão do céu pareceu cair sobre mim?

Quantas vezes as minhas criações se decompuseram…?
Quantas vezes a minha voz se cala e foge das palavras e dos sons?
Quantas vezes as minhas mãos tocaram o céu e o chão?
Quantas vezes o desequilíbrio me manteve de pé?

Quantas vezes multiplicarei sorrisos?
Quantas vezes aguentarei a fúria de um olhar penetrante?
Quantas vezes terei de repensar o que fazer comigo?
Quanto tempo terei para:
Somar…
Multiplicar…
Dividir…
Subtrair…
E… (r)escrever histórias…?

21 setembro 2009

Mais um... Até Sempre...


Não te vejo em cores
Não te conto em versos…
Não te sei perto…
Faz-me falta sentir que estás vivo.

Vejo somente uma escuridão imensa…
Uma névoa de recordações prazeirosas…
Um dia sem cor…
Um nevoeiro constante que me impede de te tocar, por não te ver.

Sei que te tenho no peito
Guardado em tom de alegria…
Sempre me fizeste feliz…
Essa era a tua magia…

A cada instante a ternura…
Nos abraços…
Nos sorrisos…
As tão delicadas cumplicidades…

Ensinaste-me a ser feliz…
Deixaste um pedaço do teu coração no meu…
E por isso sou mais feliz…

Dá-me a tua mão e guia-me…
Sê uma inspiração como sempre foste…
Sorri. E afaga-me os cabelos nos teus braços…
Leva-me pela mão…
E faz com que o caminho que eu percorra seja o sonho que sonhaste para mim.

Posso fazer-te um pedido?

Embeleza este momento caiado de sombras ocultas…
Traz-te p’ra mim… Agora.
Para Sempre…

Sinto a TUA falta…

... sempre que te procuro... as lágrimas são mais autónomas que eu!!!

15 setembro 2009

Solta-se a tampa...??


Este coração obriga-se a estar vazio.
Despojado de alma… De corpo que já não sente…
Um pavio que já não se quer queimar… porque a essência já se perdeu…
É uma cera neutral… sem odor… que se limita a aquecer e a dissipar-se…
Será que algum dia despertará para a vida que o espera?
Ou dormitará etereamente…?
Seguirá exclusivamente o caminho do mundo dos sonhos, beijando lábios… e abraçando almas…? Conseguirá dissociar-se dos ‘outros’?
Inevitavelmente atesta-se um veredicto recorrente e cúmplice…
Quantas vezes se foge… para não se comprometer o espírito…?
Tudo o que é fácil não demonstra grandes desafios, mas vale-se pela segurança que afiança.
Estes pressupostos são tão desajustados, quanto erróneos…
A perfeita dúvida existencial da escolha que nem sempre é a mais correcta…
A sabedoria empírica é sempre tão desajustada.
Sempre tão pragmática.
E não menos imprevisível.
Vamos fazer caretas ao amor?
E ser marionetas do coração que não se predispõe a obedecer-nos?
Pode ser???

A tampa que salte…
Os macacos do sótão que entrem em época estival…
E que toda essa euforia resulte em felicidade…
Até porque sorrir a tempo inteiro, vai mostrar como um letreiro:
Reflexos de amor sem idade…