25 abril 2009

«E depois de nós?»



Paulo de Carvalho - E depois do Adeus
Música: José Calvário Letra: José Niza
(vencedora do festival da canção de 1974)

Quis saber quem sou
O que faço aqui
Quem me abandonou
De quem me esqueci
Perguntei por mim
Quis saber de nós
Mas o mar
Não me traz
Tua voz.

Em silêncio, amor
Em tristeza e fim
Eu te sinto, em flor
Eu te sofro, em mim
Eu te lembro, assim
Partir é morrer
Como amar
É ganhar
E perder

Tu vieste em flor
Eu te desfolhei
Tu te deste em amor
Eu nada te dei
Em teu corpo, amor
Eu adormeci
Morri nele
E ao morrer
Renasci

E depois do amor
E depois de nós
O dizer adeus
O ficarmos sós
Teu lugar a mais
Tua ausência em mim
Tua paz
Que perdi
Minha dor que aprendi
De novo vieste em flor
Te desfolhei…

E depois do amor
E depois de nós
O adeus

O ficarmos sós

Nota: Esta canção serviu de senha de início da revolução de 25 de Abril de 1974 e serve de inspiração!

05 abril 2009

Resfolego...


Vazaram-se-me as palavras recônditas.
Trocaram-se-me as voltas do mundo que me assiste…
Deixei de usar o tempo.
Para que me use a mim.

O sossego interno necessário, inquieta qualquer ser que o busca.
A calma da tranquilidade é imprecisa.
O espírito treme no temor do passado.
Que não passou dum tumor esquecido.
Já não há sangue que verta o infame.
Um dia tinha que expirar a última gota.

Sem reservas…
Sei que não sou mais algema do tempo.
Deixo-o passar por mim,
Deixo-o ficar em mim,
Deixo-o viver em livre arbítrio.
Limito-me a prever os seus passos…
E, que enorme prazer isso me concede…
Sou a sua maior testemunha diante cada resfolego…

Atenta,
Tento alhear-me da má sorte.
Ausentar-me do desaire…
Tratam-se de meras ilusões temporárias.
Nada disto é real.

E… como eu preciso de verdades!!!
Tanto quanto preciso de invariáveis certezas…