30 setembro 2008

Desvelo


Está prestes a terminar mais um mês, mais um dia, mais uma hora, mais um ciclo.
Um vício que já me é familiar.
É por isso que adoro colocar os finais nos seus sítios e passar do passado ao presente, a cada instante.
Esticar-me no Outono do meu Inverno… e deleitar-me ao sabor da violência de momentos de Verão, adormecendo na serenidade da Primavera.
Tenho saudades, profundas saudades de tanto que já não existe e que parece ter-se extinto. Esqueci-me de dizer adeus ao passado. Por isso vou acenando-lhe de vez em quando… Até partir sem olhar para trás e ver aquela luz ao fim de túnel que se vai tornando longínqua, ausente, finda.
Talvez não volte mais ali.
Talvez não queira voltar.
Talvez regresse e inverta a beleza ou a deixe imune das minhas intenções…
Tantas presunções assumo como válidas…
Saudosas palavras, gestos, expressões, esgares maliciosos e divertidos, olhares puros e demasiado expressivos.
Sinto um leve desajuste temporal nas minhas memórias, no meu actual estado.
Que é feito desses beijos mudos e gritantes?
Do encontro à tua pele?
De te ter perto mesmo quando estás longe?
Como é que alguém é capaz de não se envolver nas teias das paixões?
Conseguirei esquecer-te sem te beijar?
Transcendo-me a cada pensamento inútil que tenho de ti.
Tudo resulta em esquecimento (mais cedo ou mais tarde, com maior ou menor intensidade).
E logo, logo se vai perdendo a força e a energia da fúria do ‘nunca’ pois esse ‘nunca’, nunca será absoluto.
Desvelo.
Permaneço num desvelo lúcido e atento.
Concentro em mim as sentenças dos meus actos.
Pode parecer ridículo, mas já não há lugar para mais nada.
Por isso mergulho no meu íntimo.
E mantenho-me por lá.

07 setembro 2008

"The Show Must Go On"


É pacata a minha existência de revoluções.
Confesso: tem sido.
Prevejo-me cercada de pequenos nadas passados, mas relevantes.
Por estes mares tem andado tudo pacífico. Nem parece que furacões têm acercado terras longínquas… (O “Reino do bué bué longe” afinal também tem dessas coisas! Nada é perfeito como parece.)
Mal reconheço a minha existência. A minha sede de desbravar o ‘teu’ mundo. (Partindo do pressuposto de que tudo o que desconheço não seja meu.)
Hoje vi várias histórias contando histórias (bizarro!), identifiquei-me em tantas delas por exíguos momentos…
A ficção ou cinema de animação tem sempre aquele poder de nos deixar com aquele delicioso prazer de felicidade e aquela satisfação do ‘brilhozinho nos olhos’. Irresistível. Obrigada Sr. Tim Burton! (“It’s a Kind of Magic”)
Do quadro de animação virei para um ‘nowadays movie’. Se eu acho que esta vida já me trocou as voltas, então aguardo pelas próximas… Os finais felizes, após momentos conturbados são possíveis, tudo não passa de pequenas (grandes) fases… No fim, ao que parece, tudo é possível. Basta parar e olhar para os sentimentos, sem a cegueira incapaz do costume. Os sentimentos existem em nós, só que passamos a vida a fugir deles, quando apenas basta realizá-los! Irónico.
As minhas leituras, não passam de meras interpretações e por isso mesmo valem o que valem. Talvez me precipite ao acreditar nelas. Bem, mas pelo menos faço-o sem ‘pressões’ e não “under pressure”. “I Want It All” (isto vai parecer um post inspirado no extinto Freddy Mercury, parece que a música com a sua tonalidade universal se, e, o tornou imortal (After all, “Who wants to live forever?”). É o que fica desse grande compositor, acima de tudo. Sim, estou a ouvir um álbum dele. Imperdível! São as artes, música e cinema a deixarem as suas mensagens e eu a usufruí-las à minha maneira, é um direito, quiçá uma partilha.)
Nostalgia. Compassivas recordações. “The Show Must Go On”!

“Who wants to live forever?”


Theres no time for us
Theres no place for us
What is this thing that builds our dreams yet slips away
From us

Who wants to live forever
Who wants to live forever....?

Theres no chance for us
Its all decided for us
This world has only one sweet moment set aside for us

Who wants to live forever
Who wants to live forever?

Who dares to love forever?
When love must die

But touch my tears with your lips
Touch my world with your fingertips
And we can have forever
And we can love forever
Forever is our today
Who wants to live forever
Who wants to live forever?
Forever is our today

Who waits forever anyway?

QUEEN (Words and music by Brian May)