31 agosto 2006

Postal de vida...

Fechei a porta cuidadamente.
Avistava os degraus das escadas com um cansaço que me dizia: muda de cenário.
Subia degrau a degrau com as últimas forças que tinha.
O chão. Um tapete. O sofá. A cama.
Qualquer coisa me parecia uma boa opção para me perder no descanso…
Me render ao inconsciente e apagar o esforço da vontade de viver que não acabava aqui…
Amanhã tudo recomeçava…
Com novas cores, novos contornos…
Vivia o hoje… incansável.
O amanhã recebia-me de braços abertos.
E era o encontro diário com esse abraço que me chamava para a vida.
Chamava-lhe atitude.
Mas era mais do que isso. Era para já a minha forma de viver…
E agradava-me.

28 agosto 2006

Thank you all!
















Levo o peito aberto e a consciência tranquila na hora das despedidas...
É óptimo ser feliz deste jeito...
Do meu jeito.

24 agosto 2006

"this clock never seemed so alive..."


















"what day is it
and in what month
this clock never seemed so alive
I can't keep up
and I can't back down
I've been losing so much time


cause it's you and me and all of the people
with nothing to do
nothing to lose
and it's you and me and all of the people
and I don't know why
I can't keep my eyes off of you

all of the things that I want to say
just aren't coming out right
I'm tripping inwards
you got my head spinning
I don't know where to go from here

cause it's you and me and all of the people
with nothing to do
nothing to prove
and it's you and me and all of the people
and I don't know why
I can't keep my eyes off of you

there's something about you now
I can't quite figure out
everything she does is beautiful
everything she does is right

you and me and all of the people
with nothing to do
nothing to lose
and it's you and me and all of the people
and I don't know why
I can't keep my eyes off of you

you and me and all of the people
with nothing to do
nothing to prove
and it's you and me and all of the people
and I don't know why
I can't keep my eyes off of you

what day is it
and in what month
this clock never seemed so alive"



You and me by Lifehouse
As palavras dão-lhe brilho... mas a música... Dá-lhe toda a vida... uma conjugação encantadora! Ouçam-na...

Tempo...

Passei a noite a ler-te e descobri que ainda te amo.
Repara… Amigo e Amor começam com as mesmas duas letras.
Essa aproximação deve ter algum sentido. Quando falo de nós. Parece-me…
Não era difícil alguém apaixonar-se por ti.
Eras transparente (pelo menos para mim).
Atraente.
Carente.
Justo.
Protector.
Amigo.
Amante.
Sincero.
Inseguro.
Compreensivo.
Teimoso.
Emotivo.
Único.
O teu jeito de ser cativava qualquer pessoa.
Lançavas-te à vida com uma fúria que eu admirava. Não eras agressivo para com ela… Essa tua calma, acalmava-me. E mostrava-me como as hipóteses de ser feliz se traduziam em estar do teu lado, contrariando a atmosfera negativa que me esperava sempre que não te tinha por perto.
“As pessoas esquecerão o que disseste, esquecerão o que fizeste, mas nunca esquecerão o que as fizeste sentir.”
Lembro-me que senti tudo. E continuo a sentir.
Infelizmente acho que te ensinei tudo o que um coração pode amar.
A minha vida deu imensas voltas desde que voluntariamente te ausentaste dela.
Tenho-a encarado com um sorriso… E tem ficado bem mais fácil.
Queria chegar a ti e contar-te tudo o que me aconteceu. Mas nesse mesmo momento acordo. E sei que não é certo. “Se a amizade não é partilhar todos os delírios, então é o quê, perguntamos nós!” escreveu Marc Levy, mas não era apenas a questão da amizade.
É pena a consciência bater certo, quando o inconsciente quer fazer o contrário. É uma luta desigual.
Tenho a sensação que as horas passariam como antigamente… e as conversas não se anulavam. Os únicos artifícios que eram capazes de nos interromper eram os silêncios suspeitos, as gargalhadas, os olhares… a cumplicidade de nos entendermos na perfeição. Adorava escutar-te. E, havia tantas palavras pendentes… mortas por se soltarem…
Camilo Castelo Branco escreveu que: “Não há amor que resista a 24 horas de filosofia.” Eu garanto que é possível. Pude comprová-lo sucessivamente.
Acho que percebo melhor o significado da palavra SAUDADE.
A ausência de alguém que já esteve bem perto…
Falaram-me do tempo, tal como o incluímos quando as conversas se esgotam…
Que deixasse o tempo fazer alguma coisa…
Só que não há receita. Talvez só mesmo o tempo para acalmar… e decidir por mim.

23 agosto 2006

Vidas

As pessoas não mudam… aprendem.
Essa foi a ideia com que fiquei desde que me atordoavam a cabeça a dizer que estava diferente.
“If there's anything more important than my ego around, I want it caught and shot now." (By Douglas Adams', The Hitchhikers Guide To The Galaxy)
Podia ser a vossa ideia mas não era de certeza a minha.
Sentia-me bem e isso era o mais importante para mim.
É verdade que queria escrever capítulos novos, nem que fosse à base de rascunhos…
É para isso que eles servem…
Se valer a pena usam-se… se não fizerem sentido… Se se perderem do contexto rasgam-se e deitam-se fora ou vão directamente para o arquivo morto.
É justo.
Falo da vida como podia falar de páginas escritas, reescritas, anotadas… em branco.
A essência da vida está na substância que nela se empreende…
Quando se fecha uma porta, abre-se uma janela. (Dizem.) Eu sinceramente acho que se pode abrir outra porta ainda mais ampla. Para quê tomar a parte pelo todo?
As compensações podem vir repartidas ou inesperadamente, mas acontecem.
A minha avó dizia ‘vai um vem outro’ e honestamente acho que essa ideia se aplica a tudo um pouco. Parem lá p’ra pensar e digam lá se não concordam comigo?!
É tipo aquela ‘piada’ dos provérbios que uma amiga me ensinou do ‘entre as pernas’ e ‘debaixo dos lençóis…’ Agora apliquem lá aos provérbios, estou a lembrar-me de: “Quem nasce torto tarde ou nunca se endireita.” Cá vai agora com as alterações: Quem (entre as pernas) nasce torto, tarde ou nunca se endireita (debaixo dos lençóis). (suspeito…)
Mais outro exemplo… “Quem feio ama, bonito lhe parece.” Que ficaria qualquer coisa como: Quem feio ama (entre as pernas), bonito lhe parece (debaixo dos lençóis). (Muito suspeito eheheh)
Mais um?... “Grão a grão, enche a galinha o papo”. Ou seja, Grão a grão (entre as pernas), enche a galinha o papo (debaixo dos lençóis). ('Ganda mauca!!! Às vezes corre um bocadinho mal… mas habitualmente… não costuma falhar.)
É o último: “Quem semeia ventos, colhe tempestades.” Exacto. Isso mesmo... ficaria: Quem semeia ventos (entre as pernas), colhe tempestades (debaixo dos lençóis). (Não resisto… isto do mau tempo fez-me lembrar aquele provérbio: “Depois da tempestade vem a bonança.” Cá vai disto: Depois da tempestade (entre as pernas) vem a bonança (debaixo dos lençóis). Não é cientificamente… mas fica provado!
E por aí fora… A sabedoria popular ao mais alto nível!
Vida...
Viver...
“O jogo da vida é semelhante ao futebol. É preciso atacar os problemas, bloquear os medos e marcar quando surge a oportunidade”. (É sempre tudo uma questão de oportunidade…) Ou “You’re never to old to believe.” (A esperança é sempre a última a morrer! Esta quase dava para a piada dos provérbios ali em cima! Eheheh) Ou
“A vida não se conta pela quantidade de respiros, mas por aqueles momentos em que nos deixam sem respiração.” (Incrivelmente extasiante) e uma daquelas sinceras: “A vida é feita de lutadores e não de espectadores.” Clarifica que na vida tudo se aprende quer no palco, quer na plateia. Todos os papéis são importantes no teatro da vida…
Actores secundários, meros figurantes ou personagens principais, vamos encarnando todos os dias a pele de cada um deles.
No fundo todos nós somos movidos por metamorfoses de papéis.
Por isso quando me dizem: “Às vezes transformas-te e isso é óptimo.” Eu também acho. Faz parte da adaptação ao meio do momento.
Estranhas formas de vida causam estranhas surpresas.
E ‘estranho’ pode ser bom. Ou quem sabe… muito mau.

22 agosto 2006

Simplicidade...

Era só o que me apetecia.
Virar as costas a tudo.
Excluir todos os sentimentos.
Abandonar os dias cinzentos.
Absorver os raios de sol.
Dia após dia.
A maior parte das mudanças já tinham acontecido.
A revolução era nítida.
Sempre adorei revoluções…
Encontro sempre soluções…
Aparentemente… o caos instala-se…
Insensatamente reúno fragmentos que estavam desejosos por me preencher.
Vazios que se ocupam sem eu perceber…
É só dar meia volta e as costas viram-se.
Afinal era tão simples…
Porque demorei tanto tempo a dar o salto?
Porque me entreguei à indecisão?
Fiquei atónita com a minha tranquilidade.
Afinal tanto tempo passou…
E podia ter-me rendido antes…
Virei costas, mas trouxe a bandeira branca…
Enquanto símbolo de vitória…
A minha vitória pessoal…

21 agosto 2006

Sentidos...

Quebrara-se o silêncio.
Sem querer…
Tinha morrido uma parte de mim.
Dava conta que as percepções que tinha, ou estavam erradas ou correctas demais…
Intuía com perspicácia todos os sinais que me eram entregues…
Nos sonhos, milhares de momentos se misturavam sem qualquer coerência… Mas estava tudo o que sentia e/ou afligia lá.
Os versos das músicas teimavam em trazer-me recordações e alertavam-me para situações que podiam estar a nascer… ou eventualmente podiam acontecer…
O tempo dos verbos… já não sei se era perfeito, imperfeito ou mais que perfeito…
Aquilo que me vinha parar às mãos era uma dádiva divina…
Mas eu já não dava conta dos recados...
Provavelmente também não queria dar...
O apelo dos sinais cruza as barreiras mais impenetráveis…
Acorda os sentidos… que adormecem embalados nas ondas dos teus cabelos… nos teus murmúrios… longe de tudo o que é real…
Que confusão sem tréguas… trazem…
Mas são apenas sentidos, que são sentidos…
Alguns sem sentido… outros sentindo-se, seguem o sentido obrigatório, provocatório, ilusório… quiçá proibido...
Todos eles sentidos que são sentidos quando há sentimentos…


(Sim faz sentido a redundância… acabei de me dar conta que a palavra ‘sentidos’ tem muitos sentidos! Ena ena... hehehe)

18 agosto 2006

Agradáveis Surpresas...

“Às vezes a felicidade esquece-se de nós… mas nós não nos podemos esconder dela…”
Esta sombra poderá custar-nos o sorriso.
E ninguém tem o direito de o fazer… nem mesmo quando essa hipótese soa a remota.
Quantas páginas tive que escrever até entender que um ponto final era o sinal mais adequado a usar…?
As suficientes para aprender que as palavras calam o silêncio das vozes incapazes de se libertar.
Calei-te com o meu silêncio.
Foi a maneira mais honesta de te mostrar que as tuas palavras não existiam no meu mundo, porque também tu nunca fizeste parte dele.
Avistava o desconhecido da maneira mais segura, mais egoísta, mais intolerante, mais intransigente e mais persistente que conhecia.
Cultivava a força do desejo de viver… Porque insistentemente vivia asfixiada na sombra dum futuro aprisionado…
E tudo o que queria era a rebeldia da minha juventude assegurada… sempre pronta a surpreender… sempre pronta a surpreender-me.

Disse Adeus...

10 agosto 2006

Alma de pássaro...

Noutra vida fui pássaro de certeza.
O prazer pela viagem...
O desejo da partida...
As asas que quero ter para respirar a liberdade...
A voz que alegra os dias de tanta gente...
As penas que me resguardam da saudade...
Voar e pousar onde as forças negam resistência...
Avistar e observar do alto, de longe tudo o que não esqueci...
Penetrar nos esconderijos onde apenas tu me encontras, porque vives em mim...
Aventurar-me nas trapaças do tempo que esfria... que aquece...
Em suaves tempestades que por fim se desviam... e tomam outros rumos...
Podia voar atrás...
Podia permanecer...
Podia juntar-me ao bando...
Mas se posso escolher...
Aqui ou ali... vou simplesmente estando...
Até quando?
Até ter explorado a mina...
Encontrado o tesouro...
E poder partir... rumo a novos...
O maior tesouro é viver irredutivelmente...
O maior segredo é acompanhar sempre o tesouro...
Vai um vem outro...
Tenho alma de pássaro indomável...
E hei-de voar até chegar a ti.
Se pudesse escolher, eu... escolhia ser um beija-flor...
Ser pequenino não esconde a grandeza do coração...
E daquele sentimento a que chamam amor.

08 agosto 2006

Não sei


Quando não se tem nada... Venha o tudo...
Quando se tem tudo vale a pena começar do nada?

Tou com a cabeça à roda...

Mar... preciso da tua sapiência e de toda a tua experiência para me aconselhares. Podemos conversar?

07 agosto 2006

Respostas...

Ele afirmou “Ama como no início da estrada.”
Mas o que eu queria eram respostas...
O amor vai guiar-me em que direcção?
Mais pela auto-estrada?
Por estradas com fraca visibilidade e entre curva e contracurva?
Ou o veículo (coração) vai ser demasiado fraco para resistir à viagem?
Se as emoções nos guiam... estamos à beira do abismo...
Vale a pena a marcha atrás?
Ou devo partir para a aventura do desconhecido dum abismo?
Morrerei de amor?
Ou os enamorados estão protegidos dos acidentes?
Travar os sentimentos ou deixar o coração em perigo...?
Pensamento ambíguo.
Qual o escape para o fumo extasiante da paixão...????

05 agosto 2006

Passamos a vida...

Passamos a vida sem sabermos quais as cores do amanhã.
Estamos conscientes que temos o poder e a clarividência para ver o amanhã...
Pura mentira.
Quem tentamos enganar? Nós próprios.
Passamos a vida a amar.
Passamos a vida a esquecer.
Passamos a vida a chorar.
Passamos a vida a conhecer.
Passamos a vida a sorrir.
Passamos a vida a chamar pelo amanhã.
Passamos a vida a sofrer.
Passamos a vida a experienciar sensações incomuns.
Passamos a vida a apaixonar-nos.
Passamos a vida a desejar.
Passamos a vida a ultrapassar-nos.
Passamos a vida a lutar.
Passamos a vida a vencer os nossos medos.
Passamos a vida a tentar.
Passamos a vida a sermos passageiros da alma.
Tudo passa na vida…
Passamos por ela… quase que distraídos...
Por isso é necessário construir pontes e agarrar a estrada.
Quanto às paragens a fazer no caminho…
Acredito que estão devidamente assinaladas.

03 agosto 2006

Canta pra mim...

Era o vento que me batia no rosto que me despertava para a vida.
Eram as cores do dia que me alegravam o vazio dos dias.
Eras tu que vinhas no som do chilrear dos pássaros, tal como um pombo correio e cantavas todo o dia para me ocupares o silêncio da solidão...
Uma melodia indescritível... Irresistível... Que me aproximava de ti.

Perdia-me dos sentidos para sentir-te perto...
Apurava apenas os ouvidos porque era a única maneira de ter-te naquele momento...
Escutava-te deliciada...
Estava encantada por fazeres parte da música da minha vida.
Rui Veloso canta a sua "Paixão" e diz:
"Contigo aprendi uma grande lição,
Não se ama alguém que não ouve a mesma canção."
Mas mesmo quando isso acontece... as notas ficam soltas demais para serem seguidas...
Talvez se deva ao instrumento, que não as executa na perfeição...
Ou talvez o maestro tenha perdido a orientação...
A lição estou certa que ficou estudada.
É por isso que prefiro o canto dos pássaros...
Não correm o risco de falhar com as palavras...

01 agosto 2006

E quando...


E quando as palavras se esgotarem?
E quando os sentimentos se perderem?
E quando os olhares não se prenderem?

E quando um beijo nada significar?
E quando o desejo se afastar?
E quando a imaginação acabar?

E quando eu e tu perdermos o sentido?
E quando abandonarmos as nossas almas?
E quando deixarmos de ser um só?

Viveremos em paz?